quinta-feira, 24 de maio de 2007

AOS MESTRES COM CARINHO...


Certa vez tive o prazer de subir ao palco de Mestre Zinho pra cantar com ele uma canção... Ao descer e pensar sobre os mais de 25 anos do Mestre em cima dos palcos me ocorreu que eu estava apenas engatinhando com os meus 3 anos...

Mas, quase ao mesmo tempo eu tive a certeza de que se eu parasse naquele momento eu já me sentiria imensamente feliz...

A razão dessa felicidade é que eu tive a oportunidade de conviver por algumas vezes com pessoas como o Mestre... Lendas vivas de uma arte que permeou a minha vida e que eu sequer cogitara de encontra-las tamanho o respeito e veneração que tinha e tenho por elas...

E naquele momento minha mente começou a relacionar essas pessoas... uma delas estava ali na minha frente... uma outra que me veio de bate-pronto à lembrança e pela qual o tempo parou ali ao som do Mestre foi o Coroné...

Eu me lembrei que na primeira vez que me preparava pra ir a Itaúnas e sabendo que o Trio Nordestino estaria por lá eu corri até o Tiziu do Trio Araripe, fã inconteste do Trio, pra me sugerir algumas músicas do repertório do Nordestino que eu poderia cantar pra fazer um agrado ao Coroné...

O Tiziu, outra destas figuras que eu venero, me presenteou com uma fita com várias canções... eu me encantei com tantas delas e preparei em especial o "Xaxado Bossa Nova" por conta de uma brincadeira que queria fazer com o "Ói eu aqui de novo"...

Eu nem me lembro se cheguei a mostrar ao Coroné... mas eu me lembro bem que se eu queria fazer algum agrado pra ele foi ele quem tomou a dianteira me cativando e sendo todo atencioso para comigo... ao perceber o cheiro de Gonzaga em minha pessoa foi logo dizendo que viajou muito com ele e saiu a me contar histórias...

Os instantes que passei com o Coroné com certeza são parte da magia da minha primeira vez em Itaúnas... Logo em seguida dividimos a noite no Cooperativa Brasil em Campinas... ele todo apressado porque estavam gravando o "Baú" me pediu desculpas por não poder ficar mais... Nos encontramos depois no palco do KVA em Sampa... e por último no Malagueta no Rio de Janeiro...

Todas as vezes foram momentos marcantes pra esse pequeno artista e fã de primeira grandeza...

Por isso é que se minha vida, de artista que seja, terminasse agora, eu me daria por feliz... pela oportunidade que tive de compartilhar junto com tantos forrozeiros da arte, do carinho e da benção do Coroné e Mestre Zinho...

Artistas que eu já sabia grandes; seres humanos - que eu percebi - maiores ainda...